Cadastro para devolver dinheiro dos prejudicados no concurso da prefeitura é atestado de incompetência
(Marcus Ottoni - jornalista)
A semana começa com um exemplo da incompetência da atual
administração da prefeitura do Natal. Obrigada pelo Ministério Público a
devolver o dinheiro pago pelas pessoas na inscrição do concurso na área da
saúde, realizado em julho deste ano e anulado por conta de irregularidades, a prefeitura estabelece um rito burocrático
para ressarcir todas as quase 95 mil que participaram do concurso da prefeitura
de Natal, o maior mico administrativo do ano. A alegação é de que a prefeitura tem
apenas a relação do nome das pessoas com o CPF que foi encaminhada pela empresa
CKM Serviços, do Grupo Makiyama, responsável pelo desastroso concurso da
prefeitura do Natal. Nada mais... ponto.
Incompetência e relapso administrativo de uma gestão que se
apresenta como capaz de fazer mais para a cidade e sua população. Como é que a
prefeitura contrata uma empresa para realizar um concurso público, que só com
as taxas de inscrições arrecadou mais de um milhão e setecentos mil reais, faz
uma cagada generalizada na aplicação das provas causando a anulação do concurso
e prejudicando milhares de pessoas, muitas das quais se deslocaram de outras
cidades e estados custeando as despesas para serem frustradas pelo descaso e
desleixo da atual administração da prefeitura do Natal?
E o mais grave: a CKM Serviços detém todos os registros das
quase 95 mil pessoas inscritas no certame como se fosse propriedade da empresa
e manda apenas uma listagem com nome e CPF para a prefeitura que a contratou e
pagou pelos serviços. Já pensou se a tal CKM serviços entender que pode colocar
na listagem qualquer nome com CPF, mesmo que não tenha sido inscrito no
concurso? Pois é a prefeitura no topo da incompetência, recolhe-se na mesmice
para penalizar burocraticamente os concurseiros com a alegação de “impotência” junto
a CKM Serviços, ao invés de exigir da empresa os cadastros completos das 95 mil
pessoas.
Com a decisão de fazer um novo cadastramento de todas as
pessoas que se inscreveram no concurso fajuto, obrigando os concurseiros
prejudicados a acessar o portal da prefeitura (que por sinal está fora do ar há
pelo menos cinco dias), preencher um formulário para depois, na segunda
quinzena de outubro, começar a receber a taxa de inscrição, sem qualquer
correção ou juros ou atualização monetária acrescida de compensação pelo dano
causado por causa da anulação do concurso fraudulento, é no mínimo surreal,
para não dizer desrespeitoso e moralmente agressivo.
O correto seria exigir da CKM Serviços todos os dados
referentes às inscrições para o concurso e, a partir daí, ressarcir o prejuízo
causado pela ineficiente gestão de um concurso feito “nas coxas”, temperado com
irregularidades e falta de respeito para com os concurseiros. Deve a prefeitura
arcar, não apenas e tão somente com o ressarcimento da taxa de inscrição (R$
17,77 ou R$ 22,77 pagos de acordo com a categoria para a qual o concurseiros
prestou as provas), mas com todas as despesas das pessoas que participaram do
certame, como deslocamento, alimentação, dano moral etc...
Afinal, não dá para fazer mais por Natal desrespeitando e
penalizando a população.
GRUPO MAKIYAMA – A empresa CKM Serviços pertence
ao grupo Makiyama, junto com outras empresas: Donuts4U e Makiyama Informática ;
e o IGD-RH Instituto de Gestão e Desenvolvimento Social. O grupo ainda atua em
parceria com a DX2 grafica e o portal “oinéditoviável”. Segundo informações do
google, a sede do grupo fica na Rua Benedito Dias,
97, Aldeinha, Barueri , São Paulo. Na listagem de clientes do Grupo Makiyama,
postada no site (makiyama.com.br)
a prefeitura de Natal não aparece na relação de 22 prefeituras atendidas.
Comentários
Postar um comentário