Para fazer mais... para a oligarquia Alves
Carlos E. Alves e Alvaro Dias com a então presidente Dilma Rousseff |
(Marcus Ottoni - jornalista)
Com os olhos em Natal e a cabeça no Rio
Grande do Norte. É o que se pode dizer do candidato representante da decadente oligarquia
Alves que disputa a reeleição ao cargo de prefeito da capital com o pensamento
em 2018 na disputa eleitoral para o governo do Estado. Isso ficou claro no deslize do prefeito
Carlos Eduardo na finalização da entrevista concedida a TV Tropical ao trocar
Natal pelo Rio Grande do Norte, afirmando que vai fazer mais para “melhorar a
vida do povo do... Rio Grande do Norte”, corrigido depois com um ar de descuido
proposital e sorriso amarelado de quem é pego com as calças nas mãos.
Esse escorregão verbal coloca no foco da
campanha eleitoral em Natal a estratégia da oligarquia Alves para ampliar seu
poder político administrativo e fazer mais para a parentada do atual prefeito
Carlos Eduardo Alves. Fazer mais significa ser reeleito para prefeito por mais
quatro anos (2017-2021) e, no início de 2018 (um ano depois de empossado para o
novo mandato) renunciar ao cargo de prefeito de Natal e se colocar (com apoio
de todos os Alves imagináveis) candidato a governador contra o atual gestor do
Estado e desafeto do prefeito, governador Robinson Faria, do PSD.
Até aí tudo bem. Porque, no Brasil, político
que se elege para uma função pensando em outra parece ser regra e não exceção.
Até que seja aprovada uma lei que discipline o caso, proibindo que o candidato
eleito para tal cargo possa renunciar para disputar outra eleição durante o
mandato, devendo cumprir todo o período para qual se candidatou e recebeu os
votos para considera-lo eleito, a coisa vai por esse rumo, transformando cargos
públicos em “catapultas” de interesses das oligarquias decadentes que ainda
creem que o Poder Público a elas pertence como nas monarquias onde o Poder é hierárquico
de Rei para príncipe, eternamente...
O grande problema em Natal é que a
estratégia da decadente oligarquia Alves levada a cabo pelo agente mor dos
Alves na política local, o atual prefeito da capital, vai premiar o primo
Henrique Alves, presidente estadual do PMDB e ex-ministro pego com a boca na
botija pela operação Lava Jato do juiz Sérgio Moro, com uma função que o povo
de Natal rechaçou em duas oportunidades por meio do voto universal, secreto e
soberano da sociedade.
Com a renúncia do cargo de prefeito no
início de 2018, caso seja reeleito, Carlos Eduardo Alves passa a prefeitura
para seu vice, o deputado Álvaro Dias (PMDB), indicado por Henrique Alves em
detrimento do candidato nato do partido, deputado Hermano Morais, presidente do
diretório do PMDB em natal e ex-candidato a prefeito em 2012 derrotado por
Carlos Eduardo Alves. Seria o mais lógico. Mas por que não foi? Simples, porque
Hermano tem voo próprio e Álvaro Dias é um fiel seguidor do líder peemedebista
Henrique Alves, o ex-ministro pego na Lava Jato.
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Por que não Hermano Morais? |
Assim, sendo vitoriosa a reeleição do
prefeito da decadente oligarquia Alves, o projeto de ampliação de Poder do clã
aluizista ganha fôlego político e continua influente no plano federal,
abocanhando a maior fatia dos cargos públicos dos órgãos federais no Rio Grande
do Norte ainda este ano e constrói, sob sua batuta, o palanque principal do
candidato a presidente daqui a dois anos. Isso sem falar que em 2018 a
oligarquia decadente dos Alves vai ocupar as chapas majoritária e proporcional
com candidatos a todos os cargos, caso não ocorra nenhum “acidente de percurso”:
Felipe Alves (deputado estadual); Walter Alves (deputado federal); Garibaldi Alves
Filho (senador); Carlos Eduardo Alves (govenador).
Ou seja, oligarquia que se acerta depois de
rompimento é oligarquia que se elege completa. Por causa dessa máxima é que o
mote da campanha do prefeito dos Alves para sua reeleição é “para fazer mais”....
fazer mais para o pessoal da família... é claro.
Alvaro e Henrique: parceiros inseparáveis politicamente |
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