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Mostrando postagens de janeiro, 2017

A austeridade é progressista

(Cristovam Buarque - Senador da República)*   Na política, ser progressista é pensar e agir olhando o futuro, sem medo do novo e querendo domá-lo para servir a propósitos de liberdade, igualdade e sustentabilidade. Neste sentido, a política brasileira não foi progressista nas últimas décadas, porque se caracterizou pela irresponsabilidade do desperdício e não considerou as consequências no futuro.   Buscamos aumentar aceleradamente o consumo, sem perceber os limites ecológicos; gastamos desenfreadamente, sem perceber os limites fiscais. Em busca de votos e apoio para o imediato, as forças que deveriam ser progressistas caíram nas mesmas promessas dos reacionários, com o agravante da demagogia de prometer elevado consumo privado para todos.   A esquerda brasileira abandonou os filósofos socialistas e adotou a economia keynesiana; preferiu abandonar a luta pelo público prometendo que o Estado proveria a renda necessária para o consumo individual por transferências de renda para os

Ou o Brasil acaba com os terroristas, ou eles acabam com a República

(Marcus Ottoni – jornalista)  Os números não metem e reforçam uma realidade que todo mundo conhece e que o Poder Público teima em resolver paliativamente com medidas pontuais: o Brasil tem quase o dobro de presos que o sistema carcerário nacional suporta, são quase 700 mil presidiários para um total de menos de 400 mil vagas nos presídios brasileiros.  Esse barril de pólvora tem um pavio curtíssimo que ao menor sinal de faísca, explode expondo tragédias como as de Manaus e Roraima. E, quando os motins e chacinas acontecem no interior dos presídios envolvendo apenados de diversas tendências terroristas e condenados por crimes variados, dos mais leves até os mais hediondos, o Poder Público reage mecanicamente para dar uma satisfação à sociedade e recolocar tudo na situação anterior a rebelião ou ao confronto entre as tendências terroristas que lutam pelo controle das cadeias.  E a solução imediata proposta pelo Poder Público é sempre a mesma: desafogar o sistema carcerário liberan

A bárbarie de Manaus e mesma solução paliativa do Poder Público

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(Marcus Ottoni – jornalista)   A bárbarie em Manaus está nas manchetes de todos os jornais, dos sites e telejornais daqui do Brasil e do mundo inteiro. E tem razão de estar, não apenas por causa da tragédia com o assassinato de 60 presos, mas porque revela o caos em que se encontra a segurança pública no país, dentro e fora dos presídios brasileiros, cuja população carcerária mistura criminosos já condenados e outros ainda esperando julgamento, mas todos integrando esse ou aquele grupo terrorista que o Estado teima em classificar por “facções do crime organizado”.   E o que se vê é a reinauguração de uma discussão sobre o tema que se repete sempre que os detentos mostram seu poder nas cadeias promovendo ações em busca de holofotes midiáticos e atenção nacional e internacional de organismo com foco nos direitos humanos. É recorrente o debate sobre o viés da superpopulação carcerária, as péssimas condições dos presídios brasileiros, a disputa de poder entre os grupos de detentos

Raul Jungmann e o terrorismo brasileiro

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Ministro da Defesa,Raul Jungmann e os ministros militares (Marcus Ottoni – jornalista)   Assisti a gravação do debate entre o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e os senadores da República em uma das comissões da Casa.Impecável na defesa das Forças Armadas, sem adentrar por qualquer posição militarista, mas reafirmando sua postura de homem público democrata e defensor da legalidade e da Constituição, o ministro não deixou nenhuma pergunta sem resposta e mostrou competência na direção do Ministério da Defesa.   Gostaria de ressaltar, em primeiro lugar a admiração, o respeito e a consideração que tenho pelo político Raul Jungmann, um dos melhores quadros do Partido Popular Socialista (PPS) ao qual sou filiado, cuja história pessoal é escrita por posições inquestionáveis em defesa dos direitos constitucionais do povo brasileiro, por uma nação mais justa, igualitária e irmanada na solidariedade e na paz.   Voltando ao debate, gostaria de pinçar um ponto que tenho interesse em