DE PARAÍSO TROPICAL À PARAÍSO DA MARGINALIA

A praia da Pipa, em Tibau do Sul, vive momentos de insegurança

(Texto e fotos: Marcus Ottoni)
Posto da CEF na Galeria Vila Mangueira
A praia da Pipa está deixando de ser um paraíso tropical para se transformar no “paraíso da marginalia”. Em menos de 30 dias, em pleno verão, alta estação, uma série de crimes aconteceram no destino Pipa, debulhando a tranquilidade de um lugar paradisíaco e internacionalmente conhecido e espalhando o temor e o medo de uma tragédia anunciada.
Apenas neste mês de janeiro o destino Pipa apareceu no noticiário estadual como centro de ação de bandidos que agem impunemente e com a liberdade encontrada apenas e tão somente nos filmes policiais de Hollywood. Um arrastão em um restaurante na beira mar; um assassinato no meio da multidão numa das ruas mais movimentadas da praia da Pipa; um assalto em plena luz do dia a um posto da Caixa Econômica Federal com fuga pela rua principal da comunidade de revolver em punho; consumo exagerado de drogas sem qualquer repressão; agressões ao meio ambiente com tratores circulando pela orla marítima; entre outros problemas menos pontuais.
E parece que para as autoridades está tudo correndo as mil maravilhas, quando na verdade, não é bem assim. Quando uma comunidade como o destino Pipa começa a ser transformada em território de marginais, o destino turístico passa a ser uma comunidade controlada e comandada por bandidos, facções criminosas, partidos marginais que atuam nas penitenciárias e que comandam e controlam nesgas de terras prósperas em recursos financeiros.
Assim se produziu as principais forças criminosas no sul, Rio de Janeiro e São Paulo, onde quadrilhas de marginais fizeram do tráfico de drogas e do medo, a principal arma de controle de milhares de pessoas que trabalhavam ou mantinham empreendimentos nos locais onde as quadrilhas e as milícias atuavam com força e sem dó de quem se indispusesse contra eles. Nasceram então os guetos nas comunidades que passaram a ter todo o dia a dia controlado por um poderoso chefão que mandava e desmandava da forma que bem entendesse.
Esse é o quadro que se avizinha para o destino Pipa. Não por omissão da Polícia Militar, que é uma das mais atuantes de todos os municípios do Rio Grande do Norte. Falta apoio do Governo do Estado para acabar com o “paraíso da marginalia” em que está se transformando do destino Pipa. E falta apoio não porque não aja como garantir condições de ação da Polícia Militar em Tibau do Sul. Falta, porque falta vontade política e porque os burocratas de gabinetes acham que qualquer ação mais contundente no combate a marginalidade na praia da Pipa seria um desastre para o destino turístico com influência negativa para o “point” em nível internacional, causando o êxodo turístico e matando a galinha dos ovos de ouro da arrecadação estadual e municipal.
Essa visão é predatória se analisada pela ótica da segurança dos milhares de turistas que visitam o destino Pipa. A vida de crianças, jovens, homens, mulheres e idosos, além dos trabalhadores dos vários empreendimentos que atuam na localidade são irrelevantes para quem detém o poder político de mando para ordenar uma ação repressora e moralizadora do distrito que é o point internacional procurado por milhares de turistas. É preciso rever essa política covarde de expor vidas humanas a ação dos marginais para não comprometer a imagem de um paraíso tropical que vive sob a égide do medo onde as ações marginais são uma onda crescente e assustadora.
Tratores circulam livremente entre os banhistas para retirarem da praia as lanchas de passeios


Comentários

  1. MAIS A IMAGEM ACIMA NAO E CULPA DO GOVERNO DO ESTADO E SIM DA ADMINISTRAÇÃO ATUAL QUE DIGA-SE DE PASSAGEM E BEM PARECIDA COM A PASSADA.O ÚNICO DIFERENCIAL E A PROPAGANDA ENGANOSA.AGORA SOBRE A SEGURANÇA O GOVERNO DO ESTADO JUNTO COM O MUNICÍPIO NADA ESTÃO A FAZER.

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