Prefeito é coisa séria


(Marcus Ottoni – jornalista)
  O que esperar de um candidato que foge dos debates, maquia sua propaganda eleitoral e impõe a mordaça a seus adversários para esconder seu passado e suas relações políticas com personagens com histórico de corrupção e envolvimento no maior propinoduto federal já montado no país, e que, além de parente, apoia e indica o companheiro de chapa do candidato?
  Além disso, esse tipo de candidato não demonstra qualquer escrúpulo ou respeito quando tenta, de forma imoral, induzir o cidadão a acreditar numa informação manipulada com o único objetivo de confundir a compreensão do eleitor sobre a realidade do processo eleitoral e a preferência popular pelas candidaturas. Isso é muito grave e revela o jogo sujo do candidato que para vencer a eleição usa e abusa de métodos pouco recomendáveis para quem que administrar uma cidade.
  Prefeito é coisa séria e prefeitura não é “brinquedo de oligarquia”. Seriedade é respeitar o cidadão divulgando a verdade e expondo suas ações com transparência, sem a maquilagem utilizada numa propaganda enganosa com o objetivo de iludir e induzir o eleitor ao erro, tornando-o vítima de um estelionato eleitoral sem precedentes. Um prefeito sério se conhece por meio de um candidato sério.
  Quem cria uma "cidade maravilha" mostrada em cenas plasticamente bem montadas onde todos os figurantes atuam em ambientes limpos, organizados, bem vestidos, bem produzidos e sempre felizes ao manifestarem suas opiniões;  com tomadas aéreas onde os problemas são ocultados pelo plano aberto das imagens; com cores vibrantes entarjetando ações de governo e propostas futuras;  música alegre e estimuladora; discurso positivo feito em plano americano com desfoque do cenário de fundo montado em cor ante estresse, não pode ser um candidato sério. E não sendo um candidato sério, jamais será um prefeito sério.
  Além disso, ainda na propaganda enganosa do candidato da mentira ou da cidade maravilha, o uso inescrupuloso de um índice de aceitação positiva de sua gestão como resultado de uma pesquisa de intenção de voto como se o número representasse a realidade do momento eleitoral, induzindo, subjetivamente, o eleitor ao erro do entendimento como se o índice divulgado fosse o da intenção do voto e não o da classificação da gestão pública, é se não criminoso, imoral e indecente. Essa estratégia marqueteira mostra, mais uma vez, que o candidato não é sério. Portanto, não será um prefeito sério.
  Mas vamos mais. Vamos comparar com a eleição presidencial de 2014, quando a então candidata petista Dilma Rousseff disputava sua reeleição ao cargo de presidente do Brasil. Naquela época a propaganda dela maquiou um “Brasil Maravilha” que só existia na concepção do marqueteiro João Santana (preso pela Lava Jato junto com a mulher Mônica) e foi vendido ao eleitor durante a campanha escondendo o Brasil real que explodiu logo após a confirmação da reeleição da Dilma e do Temer.
  E todos nós sabemos no que deu. O país virou um caos e mais de 12 milhões de brasileiros perderam o emprego e o rombo nas contas públicas ganhou a estratosférica casa dos bilhões de reais. Sem falar na cassação do mandato da petista; a posse de Michel Temer do PMDB; a cassação do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha; a denúncia e a renúncia de ministros do velho e novo governo, como Henrique Alves, acusados de receber propina do esquema “Petrolão do PT”, etc.
  O “Brasil Maravilha” da campanha de Dilma em 2014 foi o maior estelionato eleitoral nunca jamais visto e acontecido na história do país. Esse tipo de “cidade maravilha” é o caminho dos marqueteiros que trabalham para candidatos que não são sérios e que utilizam de qualquer método para se manter no poder e manter sua família, amigos e agregados pastando nos currais da gestão administrativa de uma cidade. Por isso, um candidato que mente, usa de artifícios de enganação coletiva e se apresenta como super-herói não merece nem crédito e muito menos o voto do eleitor. Candidato tem que ser honesto e sério para se tornar um prefeito sério e competente.
  Nas Gerais há um dito popular que tomo a liberdade de parodiar com respeito à cultura mineira: “Eleitor enganado pelo Brasil Maravilha não dá seu voto para a Cidade Maravilha”.

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