Suruba constitucional no país tropical

(Marcus Ottoni – jornalista)
  O Brasil acabou!
  A afirmação não faz parte de qualquer sentimento negativista com relação a Republica brasileira. É fato e é a realidade de um país que enveredou por tortuoso caminho da utopia comunista e deu com os burros n´água porque desfigurou a ideia mãe de Karl Marx e Lenin, acreditando que unindo forças antagônicas lograria êxito num projeto de poder que até poderia ter dado certo se não aparecesse pelo caminho os Temer, os Renan, os Sarney, os Maluf, os Collor, os Eduardo Cunha, e, principalmente a Dilma Rousseff.
  A suruba constitucional é explícita e não exclui nenhum dos poderes da República. Cada um joga com suas armas entrando nas searas alheias e produzindo decisões que os desmoralizam pela simples constatação de que agem a serviço de interesses personalizados e pontuais com atritos e arestas entre eles sem pouco se importar com a verdadeira finalidade dos poderes da República que é promover o bem estar, a segurança, a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e, acima de tudo, criar o vínculo de nação na sociedade.
  Mas não é o que se vê nas atitudes do Executivo, Legislativo e Judiciário. Todos eles estão a léguas de distâncias, léguas é pouco, estão há anos luz dos anseios da população brasileira e de conseguir levar o Brasil a uma situação de progresso e desenvolvimento com paz social e ordem constitucional. E aí a suruba pega pra valer.  O Executivo se mete no Legislativo, interferindo com barganhas espúrias junto aos deputados e senadores. O Judiciário desfaz o que o Legislativo decidiu e, vez por outra, desmantela algumas ações do Executivo. Por sua vez o Legislativo ameaça de retaliação o Judiciário e, em alguns casos, espreme o Executivo contra o balcão de negócios institucionalizado. E assim vai...
  E nessa suruba constitucional entre os três poderes da República, vai se construindo uma cratera enorme  entre o que realmente é a vontade da sociedade e o que as “autoridades” dos três poderes decidem e empurram goela abaixo da população como se o povo brasileiro fosse uma manada caminhando a esmo, tocada pelo som de um berrante desafinado por aqueles que detém o poder de escolha para onde a “boiada” deve seguir e como deve marchar até o abatedouro nacional para sustentar a “casta nacional” em sua nababesca vida de conforto, luxo, riqueza e escárnio.
  O Brasil de hoje é o retrato do fim de um país que tinha tudo para ser uma das potências mundiais, mas optou pela mediocridade de governos inescrupulosos e ufanistas que mal conseguiram enxergar além do próprio umbigo diante de um universo de potencialidades e oportunidades que levariam o Brasil a um lugar de destaque no cenário internacional. E o fizeram não por lhes faltar capacidade para empreender ações de magnitudes globais com respostas nacionais positivas na edificação de uma nação unida e preparada para enfrentar os desafios do mundo moderno. Não o fizeram porque optaram pela refrega política maniqueísta, a egocentricidade de personalidades frustradas ao longo do tempo e, pior de tudo, um sentimento revanchista próprio dos descompromissados com a história contemporânea e presos a restos de uma lama fétida da escoria da humanidade.
  O Brasil faliu como República, infelizmente. Será necessário juntar toda essa podridão nacional representada pela “casta da Bastilha brasileira” e jogar no sanitário, dar descarga e deixar que escorra pelo esgoto da história do país. O Brasil precisa nascer novamente, ser redescoberto. E isso não acontecerá com as atuais “autoridades” que trazem no DNA a excrescência da politicanalhagem nacional. É preciso um novo Brasil que tenha em seus poderes republicanos pessoas que sejam brasileiros, empregados por brasileiros por um tempo limitado, sem as vantagens das tais “autoridades” que se locupletam descaradamente do trabalho do povo brasileiro.
  É hora de acabar com a suruba constitucional no Brasil tropical.

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