Welcome revolution! – Bem vinda revolução!
(Marcus Ottoni – jornalista)
“As armas cidadãos/ formai vossos batalhões/marchemos,
marchemos!” (trecho de “A Marselhesa (La Marseillaise)” – hino nacional da
França)
A pergunta que o governo federal não consegue responder é:
até quando o Poder Público vai tratar a violência dos terroristas brasileiros
que se espalhou pelo país como uma ação de traficantes de drogas e armas? A
revolução já começou e os grupos do terror agem com total liberdade, humilhando
os governos estaduais, sitiando as cidades, intimidando a sociedade, saqueando
lojas, destruindo patrimônio e colocando o Poder Público de joelhos numa
demonstração de força e poder e, também, do total controle da cidade.
O Ministério da Defesa tem tentado intervir no caos urbano
para garantir à população uma frágil sensação de segurança e normalidade.
Colocar militares nas ruas com seus carros de combate e patrulhamentos estratégicos
é tão paliativo como tratar paciente diagnosticado com câncer com medicamento
anestésico que minimiza a dor, mas não cura a doença. Como medida pontual, as
tropas militares do ministro Raul Jungmann produzem um efeito colateral de
consequências previsíveis como a criação de uma espécie de “buraco negro” já
que após a saída dos militares das cidades, a segurança volta para o colo do
governo estadual e cai na histórica e surrada narrativa da falta de condições
das polícias locais para efetivamente combater o crime e o terror, aliada a uma
sistemática campanha difamatória contra elas movida por defensores dos
terroristas urbanos, a mídia comprometida com o discurso “politicamente
correto”, entidades classistas, políticos corruptos e vendidos, entidades do
Poder Público e parte do segmento religioso da Igreja Católica.
Garantir as forças de segurança condições reais para atuar
na proteção da sociedade e combate aos criminosos é o ponto que está sendo
negligenciado pelos governos, principalmente o governo Temer, porque não
sinaliza nenhuma medida no sentido de fortalecer as forças de segurança nos
estados, aparelhar as polícias civis e militares com armamento moderno,
investir na inteligência policial, garantir normas legais para atuação dos
policiais no combate ao terror urbano e abolir dispositivos legais contrários à
ação policial que beneficiam criminosos e terroristas sem eliminar os atos
relativos a abuso de autoridade dos policiais. Essas medidas colocariam as
forças de segurança em igualdade de condições com os marginais e daria à
sociedade a real sensação de segurança com uma polícia com credibilidade e
preparada para defender a população em qualquer situação de anormalidade nas
cidades.
O que estamos vendo no Espírito Santo é um retrato explícito
da incapacidade das forças de segurança para continuar atuando com as
degradantes condições de trabalho que é dado ao policial para agir na prevenção
e combate ao crime e ao terror. Ao cruzarem os braços, os policiais do Espírito
Santo emitem um grito de socorro que ecoará por todo território nacional com
consequências bem mais graves do que as que estamos assistindo no estado
capixaba. A situação é grave e merece ser tratada como prioridade pelo Poder
Público, seja estadual ou federal. Não há mais como jogar o lixo da
incompetência administrativa dos governos para embaixo do tapete. A solução é
agora e muito mais do que necessária. É vital para a rotina dos cidadãos e
cidadãs de bem desse país, para o próprio desenvolvimento do Brasil e a para o
resgate da normalidade democrática da República.
A alegação de que não há recursos para bancar melhoria nos
salários dos policiais é, por si só, um deboche escrachado de gestores
irresponsáveis e incompetentes. Além, é claro, de ser um escárnio com os
profissionais que arriscam a vida para proteger a população. A essa alegação
soma-se o total desaparelhamento das polícias militar e civil que coloca as
forças de segurança em desvantagem no combate ao crime e no enfrentamento com
os terroristas, cuja superioridade bélica e treinamento de guerrilha urbana
fazem a diferença, causando vítimas fatais nas polícias e desmoralizando as
forças de segurança estaduais perante a sociedade.
Como falar na falta de recursos, em crise financeira, etc e
tal, num país onde políticos (senadores, deputados federal e estadual) ganham
salários nababescos que chegam a dezenas de mil reais; onde vereadores para
trabalharem poucas horas são agraciados com polpudos vencimentos; onde
magistrados recebem salários acima de 100 mil reais; onde exs de tudo
(presidente, governador, etc) que é cargo público executivo são premiados com
benefícios e mordomias custeadas com recursos do contribuinte e salários
vitalícios; onde as administrações públicas em todos os níveis estão inchadas
de apadrinhados e penduricalhos incompetentes de políticos; onde milhões de
recursos do tesouro são doados (sem necessidade de prestação de contas) para
entidades que defendem criminosos e terroristas; onde uma casta predadora e
criminosa controla o país, massacrando a população que paga impostos altíssimo
e mantém viva, saudável e rica essa
casta de perdulárias autoridades da República brasileira; e onde servidores
públicos (policiais inclusive) sobrevivem com miseráveis salários pagos
atrasados e sem reajustes.
Insistir no deslocamento das forças federais para as cidades
dominadas pelos terroristas só teria sentido se fosse para o enfrentamento
bélico num combate efetivo contra os grupos que comandam o caos urbano. Fora
isso, é colaborar para o enfraquecimento e a desmoralização das forças de
seguranças estaduais e contribuir para aumentar a insegurança e o medo da
população frente ao terror que a sociedade vem sendo alvo nas cidades
brasileiras.
A continuar essa mesmice irresponsável dos governos federal
e estaduais, ainda antes do fim do primeiro semestre deste ano estaremos
assistindo o desencadear de uma guerra civil sem precedentes na história do
Brasil. E, aí, será o início do fim de uma sociedade ordeira, trabalhadora e
hospitaleira.
Welcome revolution!
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