O PT, Lula e a eleição 2018

 
Lula e Dilma... o triste fim da era petista  
(Marcus Ottoni – jornalista)
  Desde outubro de 2016, praticamente dois anos antes das eleições do próximo ano, que o ex-presidente petista  Lula da Silva lidera as pesquisas de intenção de voto realizadas no Brasil com vista à disputa eleitoral para presidente da República, em 2018. O PT (Partido dos Trabalhadores) aposta na candidatura de Lula para reassumir o controle do Governo Federal e, a partir de 2019, dar prosseguimento ao seu projeto de poder interrompido com a desastrosa gestão Dilma Rousseff.
  Na lista de presidenciáveis dos institutos de pesquisas a única novidade é o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), militar de carreira e identificado no universo político nacional como o representante da ultra-direita ou, para os esquerdistas radicais, um “político da ditadura militar” simpatizante do coronel Ustra. Os outros todos são figurinhas carimbadas da política nacional que pouco ou nada trazem de novidade em seus currículos e promessas demagógicas já conhecidas da sociedade brasileira ao longo das últimas décadas.
  Nota-se que o interesse do PT é polarizar com o deputado Bolsonaro para que o debate entre democracia e ditadura militar domine a campanha e divida mais ainda a sociedade, repintando o Brasil nos moldes do país que saiu das urnas na eleição de 2014, metade vermelho e metade azul. Para isso aposta na desmoralização total da República com os três poderes corroídos pela indignação popular e envolvidos em denúncias das mais diversas oriundas da institucionalização da corrupção promovida pelo lulopestimo enquanto governo federal e alvo da Operação Lava Jato, sob o comando do juiz Sérgio Moro.
  Nessa passada, o PT vai edificando, debaixo do bombardeio legalista da “Operação Lava Jato”, o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, tirando-o dos escombros do ostracismo político e caricaturizando-o como a única liderança nacional capaz de colocar o Brasil no caminho do desenvolvimento, que ele, junto com seu partido e aliados (inclusive o PMDB), fez descarrilhar dos trilhos da paz e do progresso quando institucionalizou a maior roubalheira do dinheiro público jamais vista na história do Brasil, tanto nacional como internacionalmente.
  Apostando na “memória curta” do povo brasileiro e no reflexo negativo junto a sociedade que as medidas impopulares adotadas pelo governo Temer como recurso extremo para tirar o país do caos, tanto o partido, como o próprio Lula, trabalham a capitalização das insatisfações populares para aumentar as chances do retorno ao governo federal em 2018. Essa estratégia também utiliza a Operação Lava Jato e seus acordos de delação premiada como ferramenta de ampliação da indignação popular com toda a casta nacional representada por um poder Executivo recheado com políticos denunciados, um Legislativo inoperante e corrompido em sua grande maioria e um Judiciário colocado sob suspeição por ter seus ministros indicados por representantes de partidos e interesses políticos.
  Lula, que em 2018 estará com 73 anos, terá sua pré-candidatura a presidente do Brasil oficializada pelo PT no próximo dia 20, em São Paulo, na sede do partido e com presenças de figuras como Chico Buarque e Leonardo Boff, além de lideranças nacionais dos aliados “beija-mão” do lulopetismo como PCdoB e PDT. Até aí tudo corre como planejado pelo PT com ares de sucesso na empreitada pela reconquista do comando do Poder Público brasileiro. É bom lembrar que estamos a mais de um ano das eleições presidenciais e que muita água ainda vai rolar na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e em Curitiba, no Paraná.
  Com todo esse espaço de tempo até a eleição 2018, com esse mar revolto de denúncias provocadas pela Operação Lava Jato e sem ao menos se ter um norte até onde tudo isso vai acabar, ficamos com a análise mais conturbada das possibilidades que podem ser vivenciadas num futuro próximo, onde as incertezas são regras e não exceções. Apenas uma questão que se coloca como premissa de todo esse processo no qual vive a classe política brasileira: se todos os presidenciáveis ficarem impedidos, por força legal ou qualquer outro motivo alheio à vontade de cada partido, quem herdará o legado eleitoral de cada um?
  No caso específico do PT, a impossibilidade da candidatura Lula da Silva a presidente do Brasil,  em 2018, seria substituída por quem? Por qual político do PT? Lula é bem maior do que o próprio PT e hoje aglutina em torno de seu nome uma boa parte da sociedade brasileira, além de políticos e segmentos sociais alinhados ao lulopetismo historicamente (leia-se lulopetismo o carismático Lula da Silva). O episódio desastroso Dilma Rousseff revelou que nem mesmo um político como o Lula conseguiu transferir votos para sua candidata apenas com discurso e carisma. Foi necessário estar comandando a máquina federal, muito dinheiro e muita ilusão de mente e coração. Estas condições o PT não dispõe atualmente. Muito pelo contrário, navega na lama da corrupção espalhada pela era Lula e Dilma na administração federal.
  Nos outros partidos aparentemente há um leque pequeno de alternativas que podem ser alçadas a condição de candidato a presidente do Brasil em 2018 caso suas lideranças presidenciáveis tenham as carreiras encerradas pela Justiça ou por razões naturais. Uma verdade histórica é que quando um político se torna maior do que o próprio partido, quando o partido não recicla seus quadros, suas principais lideranças, e esse líder desaparece da vida pública, o futuro desse partido e sua efetiva participação no processo político fica totalmente comprometido como, também, suas possibilidades de ganhar postos de poder nas administrações públicas. Principalmente se estiver fora do eixo do poder.

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