Ainda sobre renovar e continuar

(Marcus Ottoni – jornalista)
  Como se diz lá pelas Gerais, “se conhece o demônio quando jogamos luz sobre suas trevas”. Um dito oportunamente bem colocado quando a encruzilhada das decisões nos oferece dois caminhos a seguir: renovar a caminhada ou continuar na pisada ultrapassada.
  É bem verdade que muitos fazem a opção pelo continuísmo por mera questão de acomodação e omissão diante de um processo que envolve o destino de uma categoria profissional, ou qualquer outro grupo social cuja escolha de seus dirigentes esteja em debate. Nesse caso, o mal que se perpetuará para eles é indiferente poque não conseguem assimilar o efeito de se cuspir para cima.
  Outros, mais conscientes e preocupados, optam pela renovação porque o modelo atual esgotou-se em sua própria hibernação demagógica e consumiu-se autofagicamente por pura inconsistência na construção da modernidade de suas posturas. Os que fazem a escolha pela renovação sabem que ela abrirá as portas da entidade para todos os associados, sem discriminação político ideológica, de raça, credo, opção sexual ou categoria social, construindo, assim, um modelo de gestão plural.
  Nesse batido as diferenças vão surgindo e se cristalizando na consciência do eleitorado classista de forma irreversível e silenciosa, como a jogar luz nas trevas do diabo travestido de anjo deturpado com viés de sacristão em missa de Papa. Os discursos são antagônicos e revelam preferências que desnudam a verdadeira face dos protagonistas da disputa eleitoral e riscam um linha inconfundível entre o continuísmo e a renovação.
  O continuísmo, por sua própria essência ultrapassada e ditatorial, elege como discurso as agressões pessoais, a mentira repetitiva, o ódio incontrolável e a demagogia exacerbada para tentar se manter onde está, mesmo com o arcaiquíssimo de posições prejudiciais ao conjunto da categoria, mas com os benefícios pessoais e irregulares advindos da impunidade que o continuísmo produz ao longo das décadas encastelado no Poder e suas práticas inescrupulosas e pouco confessáveis.
  Já a renovação busca a unidade por meio de uma postura ética e transparente com um discurso inovador e globalmente associado as transformações em curso no mundo sem que a modernidade represente a perda de conquistas ou direitos adquiridos em todos os aspectos da vida humana, profissional, social e afetiva. A conquista da unidade, não da uniformidade, é o ponto fundamental da renovação que, além de romper as amarras do ultrapassado, produz a interação do conjunto dos associados, dando vida nova a entidade e garantindo novas conquistas para todos e não apenas para os apadrinhados, penduricalhos e protegidos do continuísmo.
  É separando o trigo do joio que se descobre quem fala a verdade e quem mente; quem ama e quem odeia; quem tem escrúpulos e quem não tem; quem tem moral e quem é imoral; quem age com transparência e ética e quem atua no charco da ilegalidade; quem usa o Poder para beneficiar o coletivo e aquele que utiliza o Poder para tirar do coletivo os benefícios pessoais e familiares. É a luz jogada nas trevas do “Senhor dos Inferno”: o continuísmo.
  Por isso, sempre que se confrontarem as forças da renovação com o exército do continuísmo, a decisão não pode ser outra que não a opção pela renovação como forma de estancar a continuidade e arrancar o mal pela raiz, mesmo que ele tenha crescido enganosamente ao longo de décadas de atuação inescrupulosa e predatória para o coletivo dos sócios. Renovar não é uma questão maniqueísta que transforma ideias em confronto direto entre cordões encarnados e azuis, é se posicionar contra a continuidade de quem acredita que o Poder é o quintal de sua residência e que todos os sócios da entidade lhe devem obediência cega.
 Renovar é sempre saudável... continuar com o que aí está, não é um grande negócio...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sinsenat pode ser alvo de investigação por suspeita de desvio de recursos

Gildo da Costa Dantas lança livro sobre os minérios do Rio Grande do Norte

Uma pesquisa de intenção de voto do FSB pesquisa com cheiro podre de fraude