Cobrar mais imposto de quem ganha mais é bom para o trabalhador e para o Brasil

(Marcus Ottoni – jornalista)
 Não gosto muito do mantra lulopetista “casa grande e senzala” porque é utilizado pejorativamente, tem cunho racista e é parte do discurso demagógico daqueles que perderam a boquinha nas tetas suculentas do Poder Público, seja direta ou indiretamente a locupletação com recursos do contribuinte. Mas, tenho que admitir que faz sentido utilizar esse mantra no momento atual por que passa o país, para identificar, não uma disputa social entre brancos ricos e negros pobres, e sim a distorção da sociedade brasiliana cuja pirâmide social é composta apenas pelo topo e pela base, sem fatias intermediárias.
  No topo situa-se a camada dos poderosos, dos abastados e dos privilegiados pelos interesses coorporativos que dominam a cultura brasiliana desde o tempo do país colônia quando um príncipe com dor de barriga deu um grito encerrando o ciclo do Império e inaugurando a República do Brasil, roubada e vilipendiada daquele tempo até os dias atuais pela casta nacional. 
  Na base, independente de cor, credo, raça, opção sexual ou ideológica, os desassistidos assalariados, os mutilados sociais, os dependentes empobrecidos que lutam dia após dia para, com dignidade, sobreviver num país injusto, sustentando, miseravelmente, suas famílias com um salário mínimo que ao longo dos últimos anos vem capengando sem conseguir ultrapassar a casa dos mil reais.
  Definir a nação brasiliana com a divisão realçada pelo mantra “casa grande e senzala” como quer o lulopetismo e seus satélites aloprados é um erro porque transforma o país na terra do maniqueísmo, onde prevalece à dualidade histórica das forças populares e a eterna luta entre o bem e o mal, sem que se saiba quem é, realmente, o bem e quem encarna o mal em toda sua essência. Porque faz do discurso demagógico uma ferramenta negativa com a divisão explícita da sociedade, situação que muito interessa àqueles que usam a falácia como arma de persuasão social e política. 
  Mas é interessante o uso do mantra em episódios pontuais que realçam a existência dessa dicotomia na pirâmide social brasiliana, em cuja base está a grande maioria da população trabalhadora e mantenedora da casta nacional assentada no topo da pirâmide. Esse contingente de explorados nem ao menos se dá conta de que é utilizado em sua força de trabalho para manter e ampliar os privilégios e a hereditariedade dos integrantes dessa nefasta casta nacional.
  O que se vê nos debates sobre as reformas propostas pelo governo Temer é o império do maniqueísmo com viés eleitoreiro que em nada altera o curso do desmonte do país implantado pelo lulopetismo ao longo da era Lula e Dilma. A falácia de “nenhum direito a menos” pode ser traduzida por “todos os privilégios mantidos” para aqueles que ajudaram os dois petistas a roubar o país e promover o caos econômico e a instabilidade política que vemos no Brasil atualmente.
  Mas o objetivo desse artigo é realçar a tal “casa grande e senzala” no mais estrito sentido do termo que é a divisão clara da sociedade e não a doutrinação partidária, erro no qual insistem os fiéis “cães de guarda” do lulopetismo, como os sindicalistas, as entidades atreladas ao roubo do patrimônio público, os agregados e aloprados das diversas categorias sociais, os movimentos urbanos e rurais avermelhados pela proximidade com o PT, PCdoB, PDT e outros “pê” da política esquerdopata nacional.
  Fica bem evidente a tal “casa grande e senzala” no episódio da intenção da equipe econômica do governo federal em criar uma nova alíquota para o imposto de renda, entre 30 e 35%, para quem ganha mais de R$ 20 mil. Ou seja, quem ganha acima disso será taxado com mais tributo do que a grande maioria do povo brasiliano. Tipo assim: quem ganha mais, paga mais.
  O que se viu ao anúncio da intenção? O bombardeio da rede Globo e um sem fim de opiniões contrárias a provável criação da alíquota, justamente porque incidirá sobre os ganhos dos marajás nacionais que vivem à custa dos impostos pagos pelos trabalhadores que ganham salários miseráveis e irrisórios se comparados ao ganho de presidentes, governadores, prefeitos, parlamentares, promotores, procuradores, aspones de qualquer matiz, juízes, altos executivos, grandes empresários, artistas renomados, jogadores de futebol, etc, etc... A criação da taxação de 30 ou 35% no imposto de renda para os ganhos acima dos vinte mil reais não atingirá a grande maioria da sociedade brasiliana além de aumentar a arrecadação de recursos para o governo federal.
  Cobrar mais de quem ganha mais, sempre foi o discurso dos políticos comprometidos com a justiça social e a melhoria da qualidade de vida dos brasilianos. Também sempre esteve na boca do políticos corruptos e demagogos. Por isso, não se justifica a grita generalizada e orquestrada porque o governo federal estuda taxar mais quem está no topo da pirâmide. Esse discurso é pano de fundo para manter os privilégios da casta nacional e vai na contra mão do ajuste econômico tão necessário para recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento e da pacificação nacional, com a geração de mais empregos e garantindo renda para o povo brasiliano.
  Nesse  caso, se aplica literalmente e oportunamente o mantra da “casa grande e senzala” para definir a distorção social brasiliana.

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