Nós, jornalistas, não temos culpa pelo desastre do governo Robinson Faria

Robinson Faria recebendo o apoio de Lula da Silva durante a campanha de 2014 (foto divulgação)

(Marcus Ottoni – jornalista)
  Senhor governador Robinson que faz de conta que Faria alguma coisa pela sociedade potiguar, e não faz.
  É muita cara de pau querer justificar a incompetência de sua gestão culpando a imprensa pela divulgação dos crimes que são cometidos no Rio Grande do Norte. Nós, jornalistas, não inventamos histórias (nem estórias), apenas registramos para a população potiguar as estórias que acontecem debaixo das barbas de seu governo, contando histórias (e estórias) que lamentamos que ocorram todos os dias, em quase todas as cidades do estado, principalmente, na região da Grande Natal.
  Se Vossa Excelência não se “apercebe” do problema grave por que passa a sociedade potiguar na questão da segurança pública, me permita dizer que o senhor vive num “Rio Grande do Norte de fantasia” tão distante da realidade que assombra, amedronta e aprisiona os cidadãos e cidadãs que vivem, trabalham e sustentam suas famílias no Rio Grande do Norte real. Não quero aqui me igualar ao alcaide natalense que desdenhou a polícia do estado dizendo que os “criminosos estavam dando um totó” nas forças de segurança pública do Rio Grande do Norte.
  Não, ele tal qual o senhor é omisso e irresponsável nessa questão porque utiliza de forma deplorável o martírio da sociedade com intuitos politiqueiros eleitoreiros. Mas quero, mais uma vez, lembrar-lhe que os “perrenques” aos quais toda a população ordeira do estado está subjugada e encarcerada, pelo medo e pela insegurança, é fruto das falácias de Vossa Excelência que mais ajudam a criminalidade do que a combatem de fato.
  Acredito até que o senhor tenha interesse em resolver o problema da segurança pública na sua desastrosa gestão frente ao Governo do Estado, mas acho que lhe falta competência e responsabilidade para enfrentar o problema e mostra à sociedade que o senhor não é apenas um político medíocre que ganhou uma eleição e não sabe como administrar um estado que tem, entre tantos problemas, uma gravíssima e crescente sensação de insegurança generalizada. 
 Para o povo potiguar (e não estou falando de seus adversários políticos que estão adorando o caos na segurança pública como ferramenta de descrédito e desmoralização política sua e da sua falida administração estadual) a imagem de seu governo é de um governo irresponsável e inconsequente que não sabe como resolver uma questão que diz respeito a vida e a preservação do patrimônio do povo norte-riograndense. Não sabe porque não elegeu a segurança pública como prioridade da gestão e fez da pirotecnia midiática o seu principal eixo da gestão pública.
 Acredito, senhor governador, que sua competência alardeada durante seus mandatos frente a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte não foi além da limitada responsabilidade de gastar recursos carimbados sem a preocupação de gerenciar políticas públicas voltadas para beneficiar a sociedade como coletivo urbano potiguar, criando alternativas e definindo prioridades para uso dos recursos escassos em tempos de crise. Isso Vossa Excelência mostrou que não é capaz quando a realidade lhe cobrou a condição de estadista e o senhor revelou-se um político medíocre e irresponsável.
  Mas o que mais me deixa chateado, ou melhor, decepcionado, é a tentativa inescrupulosa de culpar a imprensa, nós jornalistas, como responsáveis pela sensação de insegurança da população do Rio Grande do Norte. É revoltante mesmo. Nós, jornalistas daqui ou de qualquer outra parte do planeta, somos contadores de histórias e estórias. Nós não escolhemos os acontecimentos que descrevemos para a sociedade e muito menos protagonizamos os fatos que são noticiados pela mídia, seja ela qual for. 
  Nós jornalistas contamos histórias e estórias, boas e más, alegres e tristes, milagrosas e trágicas, de superação ou aflição. Mas todas verdadeiras. Nós não inventamos histórias e estórias para e por qualquer motivo, senhor governador. Os fatos nos obrigam a estar onde eles acontecem e informar à sociedade o ocorrido para que a população possa saber e entender a realidade ao seu redor. E se proteger já que seu governo só protege apaniguados políticos, apadrinhados da mesma categoria e puxadinhos eleitoreiros.
  Não são os jornalistas que decidem os acontecimentos, são os acontecimentos que definem as estórias e histórias que os jornalistas contarão em seus meios de comunicação. Essa é a regra e o que o senhor alega, é a exceção. A culpa é de sua administração incompetente e omissa que prioriza convescotes na Casa Civil e não a segurança pública e seus agentes de proteção à sociedade. A culpa não é da imprensa e dos profissionais da comunicação. 
  Lamento muito, senhor governador, que o senhor esteja usando antolhos que não lhe permitem ver o que realmente está acontecendo no estado do Rio Grande do Norte na área da segurança pública. Como também está reduzindo sua capacidade operacional para identificar prioridades e direcionar recursos públicos para uma área altamente deficiente na sua gestão e que vem sendo menosprezada em investimentos, perdendo para os buquês de flores da Casa Civil.
  Ainda é tempo, senhor governador, para salvar o estado e garantir a sociedade o direito a uma vida em paz. Não responsabilize os jornalistas pela incompetência que é sua e de sua gestão pública frente ao povo do Rio Grande do Norte. Nós apenas contamos histórias e estórias de homens públicos que tiveram a coragem de entrar para a história do estado como estadistas ou a mediocridade de se transformarem em lixo da história potiguar.

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