A ilusão de que ser novo basta...

(Marcus Ottoni – jornalista)
  Nos últimos anos, mais precisamente nas duas últimas décadas e meia, a política tornou-se a mais rentável e inescrupulosa atividade criminosa no país. Não que tenha tido seu início nos governos lulopetistas de Lula da Silva e Dilma Rousseff. Não, o ex-presidente metalúrgico apenas institucionalizou a roubalheira do dinheiro público transformando em projeto de governo e poder uma atividade criminosa e, como se viu, altamente rentável, com tentáculos mil alimentando um exército de políticos inescrupulosos pelos quatro cantos do Brasil.
  Não, a roubalheira e a corrupção não são invenções do lulopetistmo. Já vem de muito tempo solapando as riquezas do país e obrigando o cidadão e a cidadã de bem a se virarem nos trintas ou muito mais para, com dignidade, sobreviverem com suas famílias no charco podre da política brasileira. E passa de pai para filho ou filha numa cadeia hereditária que perpetua no poder famílias inteiras de não mais “coronéis” donos de currais eleitorais, mas em organizações mafiosas com total apego a roubalheira e demagogia.
  É a ilusão de que ser novo basta para dar cara nova à representação política brasileira. Ilusão não da horda de políticos ladrões e criminosos, mas do povo que se deixa levar e acredita que votando e ajudando a eleger o parente do político corrupto estará promovendo a renovação na política porque o eleito não é mais o pai, e sim o filho, filha, esposa, irmão, sobrinho ou que raios seja de parente consangüíneo do corrupto que se aposenta e entrega a cadeira no parlamento para seu sucessor como num conto feudal da idade média.
  Se tomarmos como exemplo o Rio Grande do Norte, outrora capitania do Rio Grande, veremos sem qualquer retoque o retrato da hereditariedade dos mandatos parlamentares, seja na Assembleia Legislativa, nas Câmaras Municipais ou mesmo no Congresso Nacional. É o pai que elege o filho, o marido que elege a esposa, o irmão que elege o irmão, a filha que se elege para substituir o pai, a mãe que entra para a política pelas mãos do filho cassado, o político cassado por improbidade administrativa que tenta eleger a filha para tornar-se o capa-preta do mandato dela, etc etc e tal fazendo do mandato um puxadinho da família.
  E assim vai... renovação de verdade não existe. A continuar nessa pisada, a horda de políticos inescrupulosos apenas tende a rejuvenescer, mas as práticas criminosas devem continuar porque os ditos “novos” trazem no DNA político o gens heretidário da roubalheira dos parentes que se locupletaram anos a fio com a corrupção. Há exceções? Claro que há. Mas no universo da criminalidade na política brasileira os bons políticos são espécies em extinção e devem fazer falta e deixar saudade na sociedade brasileira num futuro não muito distante.
  Eleger o parente de um político corrupto e desonesto, envolvido com organização criminosa ou coisa do gênero, é colocar o lobo como xerife do galinheiro e tirar férias por tempo indeterminado enquanto as galinhas ficam a mercê do felino faminto e cheio de poderes para escolher qual e quando será a vítima de sua sanha criminosa. A solução também não é deixar de participar da eleição, negando o voto e integrando as fileiras daqueles que dizem não gostar de política e por isso entregam a representação para quem gosta, e muito, de uma atividade altamente rentável criminosamente, ancorada na legitimidade democrática da eleição popular.
  O Brasil precisa de uma nova ordem para sair do charco podre da politicagem criminosa dos atuais detentores de mandato eletivo, principalmente no Congresso Nacional. A grande maioria dos deputados e senadores não valem o que a sociedade paga para mante-los no parlamento federal  com nababescas mordomias e propinas inimagináveis e inconfessáveis. Não somente o Congresso Nacional precisa ser faxinado, as Assembleias Legislativas também devem ser alvo de uma limpeza generalizada por parte da sociedade. E, futuramente, em 2020, as Câmaras Municipais deverão passar pelo mesmo processo de faxina e exclusão da horda política que rouba a nação e envergonha a sociedade do Brasil.

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