De operário, de nordestino, de criminoso

 
Lula e os amigos do PMDB que o ajudaram a institucionalizar a corrupção
 (Marcus Ottoni – jornalista)
  O cidadão Luiz Inácio Lula da Silva deve entrar para a história como um dos brasileiros que merecem destaque pela sua biografia e por dois fatos inéditos que ele protagonizou ao longo de sua carreira de homem público, desde os tempos em que comandava os metalúrgicos no ABC paulista, lá pelo final da década de 1970.
  Luiz Inácio Lula da Silva nasceu Luiz Inácio da Silva, um rebento nordestino de família paupérrima do sertão pernambucano que empacotou-se com a família num pau de arara rumo a grande cidade no sul maravilha e lá, na Sampa de todos os brasileiros, cresceu como pode e como Deus quis que ele sobrevivesse na selva de pedra cidade mor do capitalismo brasileiro.
  E Deus quis que ele virasse torneiro mecânico, cortasse o dedo mindinho da mão esquerda (que não atrapalha em nada a vida de uma pessoa), aposentou-se precocemente por invalidez, tornou-se sindicalistas e conheceu o general Golbery do Couto e Silva, um militar de extrema competência no campo da geopolítica e o mentor e principal articulador das estratégias de controle político do país pelo regime militar, incluindo o esfacelamento do partido de oposição na época, o MDB.
  De sindicalista inexpressivo, Luiz Inácio da Silva, ganhou a alcunha nacional de Lula e, apadrinhado pelo general Golbery, patrocinou manifestações memoráveis no ABC, atraindo para si a atenção de estudiosos da política brasileira, intelectuais descontentes com o barco da oposição do MDB, artistas, estudantes e grande parte dos trabalhadores sindicalizados do Brasil. Em marcha a divisão do MDB, a pluralização partidária e a criação do Partido dos Trabalhadores sob o comando da então maior e mais expressiva liderança trabalhista do país: Luiz Inácio da Silva, o Lula do ABC.
  Tudo como pensara o general do regime militar. Até mesmo as paralisações das montadoras no ABC paulista que seguiam rigorosamente o cronograma do Palácio do Planalto tendo como ferramenta da vontade dos generais o líder sindical Luiz Inácio da Silva. Era Golbery que, por telefone, dizia a Lula o que fazer e que discurso ter para os metalúrgicos nas assembleias. Ora de endurecer o movimento, ora de acabar a greve, ora de esbravejar contra os patrões, ora de amaciar a fala e assinar o acordo trabalhista, mostrando a força operária e as conquistas que Lula conseguia para seus companheiros.
  Tudo como engendrara o general do regime militar, inclusive a encenação da prisão do Lula que foi conduzido preso na primeira classe do camburão da polícia, com direito a companhia do advogado do sindicato, seu xará, Luiz Eduardo Greenhalgh, e a fumar cigarro  dentro da viatura, além de bater um "papo descontraído" com os policiais militares que o levaram para a residência do delegado federal Romeu Tuma, onde permaneceu "preso" na sala da casa assistindo televisão, comendo e bebendo enquanto trocava figurinhas com Tuma. 
  E assim a história do cidadão, sindicalista, nordestino e homem humilde foi sendo construída até a formação do PT e suas caravanas pelo Brasil em busca do apoio popular para chegar ao poder central e comandar o Brasil, que para ele era um país com um grande destino, com um povo oprimido pelos militares e pela burguesia capitalista, mas que o PT tinha a fórmula para transformar o Brasil num país justo, igualitário, desenvolvido, próspero e soberano. Assim foi por longos anos. Ano após ano, campanha após campanha.
  Já não havia mais os militares no poder e a tal ditadura tinha chegado pacificamente ao seu final entregando o poder central para a sociedade civil e tirando os militares da cena política nacional. O inimigo agora era a burguesia capitalista que fazia do Brasil um país entregue aos interesses estrangeiros, subordinado ao imperialismo norte-americano e ao banqueiros do Fundo Monetário Internacional etc etc etc. Assim foi o líder operário presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ganhando terreno e simpatia pelo país, até a sua eleição como presidente do Brasil, em 2002.
  Elegeu-se presidente da República numa das mais memoráveis campanhas eleitorais já vistas na história da Nova República do Sarney pós regime militar. Ganhou e com ele o povo achou que havia, finalmente, chegado o momento da construção do Brasil que se queria. Achou e comemorou e apoiou o governo dos trabalhadores que se instalava no país sob o comando do maior líder sindicalista do Brasil. Foi aí que tudo começou a mudar.
  Toda uma vida jogada na sarjeta porque o operário presidente não teve a coragem para romper com a prática viciada da República e criar o que durante anos havia sido o mantra do partido e dele próprio. Os adversários de ontem, tornaram-se aliados importantes do hoje, os crimes de antes, ao invés de denunciados, investigados e punidos seus autores, foram incorporados ao projeto de poder do PT e do Lula. Os desmandos administrativos e os vícios estruturais do Poder Público federal foram encobertos e aperfeiçoados pelo “cara” e repartidos entre os outrora corruptos e burgueses capitalista, agora lideranças idôneas com trânsito livre no governo do senhor Lula da Silva. 
  Além disso, transformou o tesouro nacional, abastecido pelos escorchantes impostos pagos pela sociedade brasileira, num balcão de filantropia financeira para as piores ditaduras do planeta, doando, agora se sabe que a fundo perdido, bilhões e bilhões de dólares para ditadores como Raul Castro, Nicolas Maduro, Evo Morales entre tantos outros, sucateando, assim, as reservas do Brasil e comprometendo o desempenho do governo federal (e dos estaduais também) em ações e programas vitais para o povo brasileiro em áreas importantes como educação, saúde, segurança e mobilidade.
Lula e os amigos beneficiados com dinheiro brasileiro
  Tudo isso deu no que deu.  Uma das mais belas histórias de ascensão política do país desde Getúlio Vargas foi jogada na sarjeta e posta na lata do lixo da história porque seu protagonista não teve a ousadia de mudar a história e se colocar na história do Brasil como o presidente que mudou o país governando verdadeiramente para o seu povo e, pelo seu povo construir uma nova nação livre da corrupção, da impunidade, da imoralidade e da falta de ética e transparência na gestão pública brasileira. Uma nação soberana e justa, livre e democrática.
  Por isso, o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva deve entrar para a história como aquele brasileiro que protagonizou dois episódios que nunca antes na história desse país se viu ou se teve registro: 1) Primeiro operário sem formação intelectual ou acadêmica eleito e empossado presidente do Brasil, e 2) Primeiro ex-presidente da República a ser condenado como criminoso comum e tirar uma temporada num presídio comum, numa cela comum, com criminosos comuns.

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