O governo do Judiciário

(Marcus Ottoni – jornalista)
  Quando se analisa o Brasil como República e não como um país onde os políticos dividiram a sociedade em grupos distintos, estabelecendo um conflito insuperável entre pólos opostos, chega-se a conclusão de que a República é uma farsa e os poderes constitucionais são ferramentas incrementadoras do conflito social e da degradação da nação como conjunto social.
  Embora os integrantes dos três poderes digam a toda hora que há independência entre os poderes e que cada um atua em sua área específica, a verdade é que a administração da nação deixou de ser ação exclusiva do poder Executivo e a atividade parlamentar não é mais exclusiva do Congresso Nacional, o que, constitucionalmente, degenera a democracia tornando o Brasil um país subordinado ao poder Judiciário que tudo pode e nada teme porque não há nenhuma instância de recurso além dele e das decisões que adota e determina para o exercício dos outros dois poderes da República, cassando suas prerrogativas constitucionais e legais.
  Há quem diga, inclusive, que hoje o Brasil vive sob a ditadura do Judiciário que verdadeiramente é quem, em nome da legalidade constitucional, administra a nação e impõe seus conceitos sobre as normas legais, ora pendendo para a esquerdopatia aloprada, ora atendendo a direitocracia criminosa. O judiciário tornou-se um poder agigantado e inflado por leis mumificadas carregadas de teia de aranhas e outras sancionadas para satisfazer setores distintos e minoritários da sociedade, frutos de lobys partidários com viés demagógico e autoritário disfarçado como avanço social.
  No poder Judiciário nota-se claramente a partidarição da justiça brasileira com a nítida divisão político-ideologica que se digladiam em decisões favorecendo ou prejudicando agentes públicos em conflitos de interesses pessoais e, até mesmo, criminais. Não há qualquer movimentação do Judiciário para agir em benefício da sociedade brasileira e nenhuma sinalização que aponte nessa direção fazendo do Judiciário, não apenas o guardião da Constituição, mas um poder com isenção político-ideologico para agir como autoridade da República, não em questiúnculas da politicanalhada nacional, mas quando e sempre que a nação é ameaçada por grupos políticos e movimentos sociais que tentam impor as ideologias de seus líderes a qualquer custo e de qualquer forma, custe o que custar, doa em quem doer.
  A falta de ação isenta de qualquer matiz ideológico-partidária gera impunidade e corrompe a democracia, garantindo ao submundo da política brasileira vida longa e liberdade para continuar agindo como meliante da República com trânsito livre nos órgãos públicos e com acesso assegurado ao tesouro nacional. 
  A ditadura de um Judiciário aparelhado revela seus dias de guerra interna entre os defensores das ideologias de seus padrinhos políticos, o que é extremamente danoso para o Brasil.

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