O que nos ensinou a paralisação dos caminhoneiros?
(Marcus Ottoni – jornalista)
O que nos ensinou (o verbo no passado mesmo) a paralisação dos caminhoneiros em quase sete dias nas estradas brasileiras sem circular e transportar qualquer tipo de carga, com exceção de medicamentos e insumos hospitalares?
Muita coisa se a análise fugir da emoção momentânea e da indignação generalizada com os desmandos e desastres de uma administração pública pós governos petistas, cuja participação foi de cumplicidade em todas as falcatruas e irregularidades cometidas pelos ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Para analisar a paralisação dos caminhoneiros, suas causas e as consequências do movimento, é preciso ampliar o retrovisor da história e olhar para o Brasil a partir do início do século XXI, quando o lulopetismo assumiu o comando da nação e, durante 13 anos, fez e aconteceu o que quis e como quis do país sem qualquer ameaça aos projetos demagógicos e corruptos implantados no Brasil pela dupla Lula/Dilma com participação do atual presidente Temer e um grande número de partidos e políticos em atividade nos últimos anos.
Alçado a presidente da República, em 2003, Lula da Silva deu o pontapé inicial para o projeto de comunização do país de forma sutil cooptando corruptamente os partidos e políticos no Congresso Nacional para, de forma “democrática” aprovar todos os projetos em curso para a implantação da União das Repúblicas Socialistas das Américas (URSA), cujo comando seria do Brasil em parceria com a ilha dos Castros.
Tudo ia bem até que o lulopetismo optou pela candidatura de Dilma Rousseff como peso morto para garantir a poltrona do Palácio do Planalto para o retorno do ex-presidente Lula da Silva ao cargo de supremo mandatário do país, coroando de sucesso a estadia do PT no governo da nação e sua perpetuação, na presidência do Brasil e na liderança política da América Latina e Central concluindo a implantação da URSA e consolidando a comunização dos continentes.
Para isso foi necessário se tornar “o cara” e distribuir beneses financeiras para os países amigos e aliados, abrindo a torneira do BNDES para financiamento de obras, eleições de ditadores e formação de caixa dois para engordar a tesouraria do Partido dos Trabalhadores e de seus aliados, num explícito “cala boca” e no tal “vem que tem prá tu também”.
Nessa esteira, foram seguidamente feitas concessões à diversas categorias e instituídos benefícios para integrantes dos três poderes da República, levando o tesouro nacional a gastar bilhões com os servidores públicos, pagando a conta dos privilégios de uma casta que cresceu, engordou financeiramente e vive nababescamente as custas do sangue, suor e lágrimas do povo trabalhador do Brasil.
Todo esse arcabouço de desmandos e irresponsabilidade foi construído pelo lulopetismo ao longo dos últimos anos, impondo à sociedade um alto custo para sobreviver, trabalhando honestamente, escravizada pela alta carga tributária, com salários irrisórios e nas mãos criminosas de uma horda inescrupulosa de políticos em atividade no país, que ditam as regras calcadas em seus inconfessáveis interesses.
Agora, ainda sob o legado do lulopetismo, travestido de “governo de transição” com os mesmos aliados de antigamente e alguns novos agregados, a conta de toda essa maracutaia petista é apresentada à sociedade para que seja paga com o suor dos trabalhadores do país aumentando a escravidão contemporânea dos brasileiros. Agora voltemos ao tema inicial deste artigo. E o que tem a ver a paralisação dos caminhoneiros com tudo isso?
O movimento dos caminhoneiros trouxe luz as sombras ocultas dos poderes públicos brasileiros maximizando o que os políticos não querem ter como debate nacional para não perder privilégios e benefícios imorais dos quais desfrutam há décadas e décadas, embutido em mandatos e regalias de quem não é nem trabalhador de carteira assinada, mas é useiro e vezeiro de condições especiais negadas ao povo brasileiro, com mordomias de toda a ordem custeadas pelos imposto pagos pela sociedade.
No correr desses sete dias de paralisação (depois desse período o movimento perdeu sua característica quando deixou-se invadir por picaretas oportunistas politicanalhas convictos) se viu de tudo nas negociações entre a categoria e o governo, envolvendo o Congresso Nacional e até mesmo opiniões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Todos os integrantes dos três poderes republicanos (Executivo, Legislativo e Judiciário) foram céleres em condenar o protesto dos caminhoneiros alegando o desabastecimento do país como consequência criminosa da intransigência da categoria. Intransigência criminosa é a manutenção de privilégios de uma casta onerosa e corrupta.
Na queda de braço a sociedade assistiu a um espetáculo dantesco por parte dos Poderes Públicos que, em momento algum, colocou como parte da solução o fim dos privilégios, regalias e mordomias dos integrantes do Executivo, Legislativo e Judiciário. O tom das negociações era atender as reivindicações dos caminhoneiros aumentando impostos para compensar perdas com a comercialização dos combustíveis. Isso apenas no diesel.
Agora respondendo a pergunta que abre o artigo em seu primeiro parágrafo: a paralisação nos mostrou que há uma casta privilegiada vivendo às custas do sangue, suor e lágrimas da sociedade brasileira que não abre mão de seus privilégios e que para satisfazer seus luxos e mordomias escraviza a população. Estes senhores e senhoras representam a casta do escárnio, da vergonha nacional, da horda inescrupulosa que ri da desgraça do povo brasileiro em gargalhadas ruidosas enquanto posam de democratas e senhores da legalidade nacional.
A paralisação dos caminhoneiros nos ensinou que é o momento de banir da vida pública está casta de hipócritas e ladrões de colarinho branco, colocando um ponto final nos privilégios daqueles que não merecem e na escravidão contemporânea do povo brasileiro. Construir um novo Brasil sem os “Picaretas do Poder” que há mais de 30 anos ocupam e se locupletam nos três poderes da República, é lição que nos deixa a paralisação dos caminhoneiros do Brasil.
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