Acabou a verba fácil, "plim-plim"

(Marcus Ottoni – jornalista)
 Ao longo das últimas cinco décadas, desde que os militares decidiram pela criação de uma emissora de televisão para dar sustentação ao governo dos generais e, naquela época, em 26 de abril de 1965, entregaram a concessão de um canal de televisão ao então jornalista Roberto Marinho, useiro e vezeiro do regime militar, a Rede Globo de Televisão passou a moldar o comportamento social e político da sociedade, influindo diretamente na definição do padrão brasileiro, inclusive ancorando as políticas econômicas definidas pelos governos militares e todos aqueles que se seguiram com a redemocratização do Brasil.
O poderio global na área da comunicação se estabeleceu em pleno regime militar, alcunhado pela esquerda brasileira como “ditadura dos coturnos”, e se expandiu e consolidou-se ao longo dos últimos anos, sempre à sombra do Poder Público, beneficiada com uma farta e cara publicidade do governo federal, além de outros “incentivos” que a tornaram a emissora número um do país em audiência e credibilidade.
Com os cofres abarrotados de recursos do contribuinte via publicidade e empréstimos do governo federal, a emissora nascida no e pelo regime militar passou a moldar o comportamento da sociedade brasileira como se ela fosse a fiel representação do Divino que tudo sabe, tudo faz e tudo define. Programas de entretenimento, novelas, telejornais, minisséries entre outras atividades da emissora ganharam a simpatia e a anuência do povo brasileiro o que garantiu à Rede Globo uma expansão recorde com afiliadas em todo o território nacional.
A uniformização do comportamento social dos brasileiros foi uma das estratégias da emissora para ter quase a unanimidade da preferência popular, tornando-a a mais poderosa rede de televisão do país, com tentáculos em todas as áreas da sociedade, principalmente, junto ao Poder Público; federal, estadual e municipal, promovendo o que pode ser classificado por controle absoluto do coletivo cognitivo da sociedade brasileira.
Para manter o poderio na área da comunicação televisiva e com satélites em publicações impressas como o jornal do grupo “O Globo”, a emissora, bem gerenciada pelo jornalista Roberto Marinho, soube transitar pelo governo federal e explorar sua capacidade geradora de caos e de instabilidade constitucional, de acordo com os interesses em jogo e com os benefícios advindos da ação desencadeada pela emissora para o grupo de Roberto Marinho.
Nos últimos 53 anos a Rede Globo fez e desfez na política brasileira e, também, na economia, pautando, principalmente, as ações de parlamentares que integravam e integram o grupo seleto de políticos apadrinhados pela emissora. Definiu eleições presidenciais, elegeu governadores, apontou ministros da Comunicação, derrubou ministros, derrubou presidentes, desconstruiu a honra de agentes públicos e cunhou rumos e descaminhos para a sociedade brasileira que, como hipnotizada pelo “plim-plim” global, perdia sua capacidade de análise e senso crítico e posicionamento independente.
A Rede Globo manipulou a seu bel prazer os governos federais a que serviu. Enquanto agia na telinha, a emissora faturou cifras estratosféricas e se destacou das outras emissoras anunciando o tal “padrão global” mantido com recursos do contribuinte de forma legal, mas discricionária em relação as outras emissoras de televisão que, pela estratégia da Rede Globo imposta ao governo federal desde o regime militar, eram necessárias para mascarar a não existência de monopólio na comunicação televisiva brasileira, sem, contudo, ameaça-la na liderança.
Com a ascensão do Partido dos Trabalhadores ao Poder Central, em 2003, o grupo Globo (TV, jornal e rádio) não desperdiçou a oportunidade de continuar liderando a comunicação televisiva no país e aumentar sua receita, ampliando sua participação nos benefícios estatais em troca da desconstrução das tradições e costumes nacionais realizada pela emissora como contra partida para não perder a liderança e os recursos do governo federal. A desmoralização da família é a mais real prova da inclusão da Rede Globo no projeto criminoso do PT e seus satélites.
Novelas, programas de entretenimentos, telejornais, minisséries, programas educativos entre outros foram transformados em balcões de ilusões comunistas onde a premissa de audiência é a desconstrução da família brasileira e a demonização das oposições ao processo de comunização do país. Toda a programação da emissora foi cooptada pelo comunismo e se constitui, atualmente, na fiel doutrina marxista que não reconhece a religião, a livre iniciativa, a propriedade privada, a meritocracia, a liberdade e a democracia, embora todos os discursos da emissora sinalizem o contrário.
Toda essa mudança foi realizada com farta inserção de recursos do contribuinte via publicidade oficial do governo federal na emissora para que ela se portasse como uma TV estatal nos moldes das que atuam em Cuba, Rússia ou China. É claro, cristalino como água de nascente o viés esquerdista da emissora cujas ações respaldam o lado negro da sociedade distorcendo a informação em detrimento do bom jornalismo.
Agora, quando se inaugura um novo tempo na comunicação brasileira, demonstrado na eleição de outubro, a Rede Globo tenta emplacar sua rotina de cooptação do governo federal com as velhas artimanhas de gerar o caos e a desconfiança do povo brasileiro nas ações recentes do governo empossado no início deste mês. A relação entre o atual governo federal e o sistema de comunicação privado brasileiro mudou substancialmente e, nos postos chaves do Poder Público estão homens de bem, incorruptíveis e determinados a mudar a história do Brasil, principalmente na comunicação entre o Poder Central e a sociedade.
As redes sociais passaram a ser o canal de comunicação governo/sociedade, sem desmerecer a imprensa tradicional brasileira, que deve se fortalecer e se tornar plural sem o abismo de audiência e benefícios federais existentes até 2018 entre a Rede Globo e as outras emissoras. A adesão da emissora dos Marinhos ao projeto de comunização do país sob o comando criminoso e antidemocrático dos governantes que antecederam Jair Bolsonaro na presidência da República, revela o alto grau de periculosidade posto em prática ao longo da era PT.
Os recursos publicitário do governo federal que ao longo dos últimos anos “empapuçou” os cofres da Rede Globo deverão minguar para níveis nunca antes desejados pela emissora. Além disso, há informações de débitos astronômicos da Rede Globo para com a União referente a impostos e empréstimos que deverão entrar na ordem do dia para cobrança judicial e, quem sabe, até mesmo sequestro de bens da emissora para quitação dessas pendências.
Enfim, a “Vênus Platinada” entra numa fase aguda de sua existência e deve, a partir da nova realidade, cerrar fogo contra o governo federal nos mínimos detalhes das ações e projetos propostos pelo presidente, seus auxiliares e, ainda, seus familiares. A expectativa é quando será o último suspiro da emissora. Porque a audiência já está comprometida e deve despencar junto a sociedade brasileira.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sinsenat pode ser alvo de investigação por suspeita de desvio de recursos

Gildo da Costa Dantas lança livro sobre os minérios do Rio Grande do Norte

Uma pesquisa de intenção de voto do FSB pesquisa com cheiro podre de fraude