Prefeito aumenta passagem de ônibus e estudantes vão às ruas protestar contra "tarifa abusiva"

Marcus Ottoni

  Os estudantes e várias entidades da sociedade civil organizada estão se organizando para saírem às ruas da capital para protestar contra o aumento de quase 10% no que consideram "tarifa abusiva" dos ônibus em Natal. O aumento foi autorizado pelo prefeito Carlos Eduardo Alves 180 dias depois do aumento concedido em julho do ano passado. O reajuste entra em vigor no último domingo de janeiro deste ano e deve promover um efeito dominó nas tarifas do transporte coletivo na Grande Natal.
Carlos Eduardo, em 180 dias dois aumentos da tarifa
 A partir de domingo, dia 31 de fevereiro, o natalense vai pagar mais caro a passagem do transporte coletivo. Pula de R$ 2,65 para R$ 2,90, um aumento de 25 centavos o que deve onerar consideravelmente o orçamento mensal do trabalhador que utiliza diariamente o transporte coletivo na capital do Rio Grande do Norte.
  O aumento foi determinado na quinta-feira, 28, pelo prefeito Carlos Eduardo Alves seis meses depois de autorizar o reajuste de 12,7% na passagem dos ônibus em julho de 2015. Assim, os empresários do transporte coletivo de Natal acumulam aumento de 22,13% na tarifa dos ônibus em 180 dias.
  O presidente do Sindicato do Transporte Alternativo (Sintoparn), Pedro Santos, condena o aumento dado pelo prefeito Carlos Eduardo, considerando um erro a aprovação de um aumento de tarifa sem a discussão do processo licitatório do transporte público de Natal. Para ele é preciso discutir antes do aumento da passagem o sistema público de mobilidade urbana.
  Os aumentos vêm se sucedendo em períodos menores sem que o processo licitatório do transporte público de Natal seja aprovado porque se encontra em análise na Justiça. A Prefeitura entrou com uma liminar pedindo a suspensão da emenda feita pelos vereadores para que toda a frota de ônibus de Natal (atualmente 709) circulem com ar condicionado para mais conforto aos usuários.
  Os representantes do Grêmio Estudantil do IFRN criticaram o aumento classificando de “abusiva” a tarifa de R$ 2,90, alem de denunciarem a situação da atual frota de ônibus de Natal que, segundo eles, é “precária e não oferece qualquer conforto ao usuário”. Eles alegam não haver qualquer justificativa para o reajuste de quase 10% na tarifa do transporte coletivo da capital.
  A discussão do aumento no Conselho Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana gerou protestos por parte de vários integrantes da entidade, principalmente pela negativa da secretária de Mobilidade Urbana de Natal, Elequicina dos Santos, negando vistas a documentação da Prefeitura. Várias entidades abandonaram a reunião em protesto pelo que classificaram de “autoritarismo” da secretária Elequicina dos Santos.
  A Secretária de Mobilidade Urbana de Natal, Elequicina dos Santos, considera o aumento de quase 10% agora em janeiro como “reposição” por causa dos aumentos ocorridos, principalmente, nos combustíveis, tributos e encargos trabalhistas que oneraram as empresas de transporte coletivo de Natal. Ela também ressaltou o custo/ônibus para as empresas que mensalmente é de quase 19 mil reais.
  Os empresários do transporte coletivo da capital queriam um aumento bem maior do que o autorizado pelo prefeito Carlos Eduardo. Dos R$ 3,20 pleiteados pelos empresários, os R$ 2,90 foram aprovados por eles mesmo reclamando a perda de 30 centavos da tarifa ideal de R$ 3,20, segundo o Sindicato das Empresas do Transporte Urbano de Natal (Seturn).
  Ainda segundo o Seturn, as exigências feitas pela Prefeitura como contra-partida para as empresas de transporte coletivo de Natal serão analisadas e discutidas com a STTU para ver a possibilidade de serem implementadas em sua totalidade. Entre elas está o conserto de 56 abrigos de passageiros; implantação de rede wi-fi nas estações de transferências e em pelo menos 5% da frota em operação; criação de aplicativo gratuito para divulgação de itinerário e a entrada de 70 novos ônibus nas linhas do transporte público na capital.

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