Prefeitura é coisa séria
(Marcus Otoni - jornalista)
A falta de respeito com o eleitor natalense por aquele que
disputa o voto para eleger-se prefeito da capital assume característica de
deboche, escárnio mesmo, quando o candidato não participa de um debate democrático
com seus adversários para dar mais transparência a suas propostas e deixar o
eleitor mais consciente para quem irá dar o seu voto.
Fica mais acintoso, ainda, quando o candidato aceita
participar do debate e, na hora “H”, foge do confronto com seus adversários por
vezes seguidas. Além de desrespeitar o eleitor, agredir a cidade com seu
mutismo de boneco carnavalesco, também fica caracterizado sua postura antidemocrática
e autoritária que o faz achar que apenas e tão somente sua vontade deve
prevalecer e que seus adversários, empresas de comunicação, entidades de classe
e o povo em geral “que se dane” porque ele tem o controle do processo e para
ele o que importa não é debater a cidade real, mas fantasiar uma cidade
maravilha criada por seu marqueteiro para iludir o eleitor natalense.
A postura adotada pelo candidato do PDT a reeleição para
prefeito em Natal, Carlos Eduardo Alves, primo do ex-ministro Henrique Alves,
alvo da operação Lava Jato e amigo pessoal do deputado Cunha, revela que ele
teme o debate público porque sabe que sua “Natal Maravilha” vai desmoronar com
a verdade dos fatos de uma Natal real, pessimamente administrada pelo alcaide
representante da decadente oligarquia Alves no estado.
O que teme o prefeito da “Natal Maravilha” de sua propaganda
eleitoral? Simples: a verdade. Porque a historieta de super-herói tupiniquim
salvador da capital da malévola Micarla de Souza é pura baboseira eleitoreira
com efeito restrito a estratégia marqueteira da campanha de reeleição do
prefeito que abandonou a cidade quando os marginais tocaram dias de terror na
capital, chegando inclusive, e sarcasticamente, a desconsiderar as polícias
Civil e Militar, classificando as instituições como “ineficientes” e que
estavam levando um “totó” do crime organizado em Natal. (http://blogdobg.com.br/carlos-eduardo-diz-em-entrevista-que-as-policias-potiguares-sao-ineficientes-e-que-levaram-um-toto-da-bandidagem/)
O candidato do ex-ministro Henrique Alves, responsável pela
indicação do vice-prefeito na chapa do primo Carlos Eduardo, tenta com sua fuga
dos debates evitar desgaste em sua trajetória eleitoral que possa comprometer
sua eleição e botar o projeto familiar em risco, impedindo que o primo
ex-ministro e amigo do ex-deputado Cunha assuma o controle da prefeitura via Álvaro
Dias, no início de 2018, quando Carlos Eduardo, caso reeleito, deve renunciar
ao mandato de prefeito para disputar a eleição de governador do Rio Grande do
Norte.
Fugir de debates com seus adversários não é apenas cuspir na
cara do eleitor desprezando aqueles a quem se pede o voto para vencer uma
eleição. É puro escárnio com a população da capital e com a própria cidade.
Prefeitura é coisa séria e para homens de bem, com intenções claras e posições
transparentes. Não para candidatos virtuais que inventam cidades maravilhas
para promover o estelionato eleitoral.
Prefeitura é coisa e, como tal, precisa ser respeitada e bem
administrada por político com coragem para enfrentar seus opositores e dar
satisfação ao eleitor/cidadão.
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