políticos sem noção e a praga dos 13 anos

(Marcus Ottoni – jornalista)
  Pelo andar da carruagem, parece que não são apenas os políticos com foro privilegiado em Brasília que andam sem noção e na contramão da vontade do povo brasileiro. O que estamos vendo neste final de ano é um completo escárnio com a sociedade do país por parte dos políticos, de lá e de cá. E aí não se salva político ou partido, apenas algumas honrosas exceções devem ser contabilizadas. Todos chafurdando no mesmo pântano dos interesses pessoais-corporativos e distantes léguas e léguas do que deseja a sociedade para faxinar a política da praga dos 13 anos.
  Aqui no Rio Grande do Norte a coisa anda preta. E bote preta nisso! A grita é geral nos 167 municípios e no governo do Estado porque os gestores masculinos e femininos do rincão potiguar não conseguem trabalhar sem dinheiro em caixa para poderem lambuzar a gestão pública de fanfarronices demagógicas com viés de cretinice escancarada. São incompetentes para gerar ações de alcance coletivo em tempos de crise porque dependem do circo e do pão para iludir os cidadãos e cidadãs e lhes garotear o voto quando necessário se fizer a eleição.
  E, nesse Deus nos acuda os que deixam o mandato o fazem entregando um comboio de problemas para aquele que entra que vai da falta de papel higiênico no banheiro das escolas até o calote em fornecedores, servidores públicos e prestadores de serviços sejam quais forem. Os que vão permanecer fazem pareia com a crise para justificar a irresponsabilidade da gastança quando não podia e da mentira juramentada no período eleitoral que agora é sepultada pela falta de recursos que sacrifica quem menos deveria e que é quem mais necessita dos benefícios do Poder Público. Isso sem falar no funcionalismo que é chamado ao sacrifício como a vaca que sai do presépio e vai conformada para o matadouro.
  É evidente que o desmantelo é grande e cruel porque oculta a esperança e desperta o medo como consequência do futuro incerto e tenebroso pintado pelos analistas de plantão que, por falta de visão e conhecimento, embarcam no navio do politicamente correto e edificam o caos num exercício de ecoar repetidamente aquilo que os “entendidos” dos grandes centros tecem como verdade absoluta e premolição do purgatório social brasileiro, um passo do abismo que nos levará ao inferno de Dante, muito antes de que alguma coisa mude no quartel de Abrantes. 
  A narrativa do caos é positiva para os governantes porque acomoda o povo e, de certa forma, livra a cara dos irresponsáveis gestores lhes garantindo impunidade e um esquizofrênico ar de vítima de intempéries administrativas e financeiras cuja culpa será sempre dos outros, principalmente aqueles que no Poder Público estavam antes deles e que gastaram as reservas sem importar-se com o dia do amanhã. Também lhes garante subsídios para o chororô coletivo no balcão federal com lista de necessidades urgentes para não penalizar mais o povo que já sofre as mazelas da crise e da hipocrisia demagógica populista de quem bastante fala, muito promete, nada faz e se omite irresponsavelmente.
  Assim vamos fechar o ano no vermelho tentando arrumar um país verde amarelo que se arrasta pelos descaminhos da falta de noção dos políticos que acreditam ser mais do que Deus e muito mais mesmo do que os simples mortais moribundos que os elegeram para os representar e que, no final das contas, serão os que mais perderão nesse confronto social onde a casta política vive e esnoba a plebe rude que se mata para lhes dar conforto e tranquilidade a beira do inferno em que está se transformando o Brasil.

DE ESCÂNDALO E ESCÁRNIO
  A que ponto chegou o escárnio e a falta de respeito dos políticos potiguares, principalmente os vereadores de Natal. Informações veiculadas na imprensa local revelam uma trama inescrupulosa com vistas à eleição do próximo presidente da Câmara Municipal da capital. Um vereador reeleito barganha descaradamente a sua eleição usando como moeda de corrupção os cargos do Poder Público e seus benefícios para os outros parlamentares que o ajudarem a ser eleito presidente do Poder Legislativo em 2017, para utiliza-lo como trampolim na eleição de deputado estadual, em 2018. 
  Essa manobra imoral não tem outro nome a não ser corrupção e, como tal, deve ser punida no rigor da lei. É inadmissível esse tipo de comportamento de um parlamentar eleito para representar a sociedade natalense  que propõe, segundo divulgado na imprensa, uma manobra indecorosa e inescrupulosa como esta. O Ministério Público deveria entrar em cena e investigar esse caso, bem como o Tribunal Regional Eleitoral deveria suspender a diplomação do vereador e de todos os outros que estão envolvidos nessa trama corrupta declarada.
  Ações desse tipo revelam o mau caráter do parlamentar e é uma escarrada na cara da sociedade potiguar. Parlamentares dessa qualidade não merecem o respeito do povo de Natal e devem ter seu mandato casado. Além disso, revela a qualidade do esterco que prolifera no Poder Legislativo Municipal da capital do Rio Grande do Norte. Que a Justiça impeça a diplomação e posse desse vereador como forma de moralizar o exercício da atividade política na Câmara de Vereadores de Natal.

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