Hora de sacrificar os poderes da República

(Marcus Ottoni – jornalista)
  O melhor retrato da era PT é o caos no qual as gestões Lula e Dilma enfiaram o país, principalmente os estados e municípios. Criaram um “Brasil Maravilha” e fizeram todos os governadores e prefeitos embarcarem nessa barca furada que agora, além de fazer água, está naufragando todos os governos estaduais e municipais. Mas a culpa não é apenas do PT/PMDB, aliados na propositura do caos nacional, os governadores e prefeitos tem uma grande parcela de culpa e não pode deixar de serem responsabilizados pela atual situação dos estados e municípios, falidos até a “quinta geração”.
  O grande problema do Brasil é o vício de costume. Há sempre uma desculpa para os erros e uma solução paliativa para amenizar o problema, o que não coloca um ponto final no caos, apenas retarda sua expansão e seus efeitos colaterais em todos os segmentos da sociedade brasileira. Nenhum político quer pagar o preço por uma administração negativa e entrar para a história como um gestor público de baixa qualidade e alta irresponsabilidade. Assim, o sacrifício da convivência com o caos passa para sociedade e os servidores públicos que sofrem na pele o descaso das gestões “barca furada” de um “Brasil Maravilha” das gestões Lula e Dilma.
 Em busca de medidas pontuais que solucionem momentaneamente o problema da quebradeira nacional, vai se tocando o país e passando para a sociedade que o vilão é a União e as vítimas são os estados e municípios porque tiveram suas arrecadações derrubadas pela “crise forjada” para justificar o caos em que o Brasil se meteu por livre e espontânea irresponsabilidade dos gestores federal, estaduais e municipais nos últimos 13 anos. 
  Não é preciso ir muito fundo na tal “crise brasileira” para identificar a origem de todo o caos. Enquanto os servidores públicos e grande parte da sociedade são sacrificados, os integrantes dos três poderes da República vivem em “céu de brigadeiro” e nadam de braçadas largas no oceano da crise brasileira sem correr risco de afogamento. O efeito cascata dessa situação privilegiada vai atropelando estados e municípios onde aqueles que integram os poderes executivo, legislativo e judiciário locais desfrutam de condições excepcionais custeadas com os recursos do contribuinte que minguaram para investimentos importantes como educação, saúde, segurança pública, entre outros, e que cresceram faraonicamente nas contas do pessoal dos três poderes, seja federal, estadual ou nos municípios.
  Só para um comparativo de final de ano. O aumento do salário mínimo nacional foi de pouco mais de 6,30%. Um operário com oito horas de trabalho por dia, de segunda à sábado, vai ganhar a partir de janeiro de 2017 um salário bruto de R$ 935,00. Um vereador, em janeiro de 2017, de uma pequena cidade brasileira cuja Câmara Municipal é composta por nove parlamentares e que se reúnem uma vez por semana das 18 às 22 horas (quatro horas por sessão e 16 horas por mês) vai abocanhar do dinheiro do contribuinte algo em torno de R$ 4.000,00. Ou seja, uma diferença de 427%. 
 Quando a comparação pula para a esfera estadual ou federal, o absurdo fica mais revoltante. Com um agravante: todas as despesas dos poderes da República (do papel higiênico ao maior salário) são custeados com o dinheiro do contribuinte, desse operário que ganha menos de mil reais por mês e que paga imposto em tudo que compra ou consome em sua residência. É hora de começar a cobrar o sacrifício dos integrantes dos poderes públicos federal, estaduais e municipais para que a sociedade possa realmente ter os benefícios gerados pelos impostos que ela, absurdamente, paga.

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