Por que só agora senhor Obama?

(Marcus Ottoni – jornalista)
  Enfim, cai a máscara do democrata Barack Obama no apagar das luzes de seus oito anos dirigindo a nação mais poderosa do planeta. Derrotado na eleição deste ano quando viu sua protegida política perder a disputa para um magnata arrogante, Obama não resistiu ao revanchismo e deu início ao armamento de “bombas” de efeito retardado para explodirem politicamente no colo do futuro ocupante da White House.
  A estratégia do “democrata Obama” é a mesma dos políticos populistas latino-americanos quando são apeados do poder por meio de eleição e perdem o lugar ao sol e os holofotes sobre seus comportamentos “politicamente corretos” fruto do patrulhamento ideológico dos esquerdopatas internos e externos. No caso de Obama a recente medida tomada pelo presidente derrotado no final de seu mandato tem como foco criar dificuldades internacionais para o seu sucessor que será obrigado a desmontar as tais “bombas” deixadas por Obama e que, certamente, serão alvos de protestos populares teleguiados por movimentos ligados aos Democratas e apoiados e maximizados pela mídia norte-americana.
  O que chama a atenção nesse final de ano, no final de governo Obama, a pouco mais de 20 dias da posse do novo presidente dos Estados Unidos, é a posição com relação ao conflito histórico entre Israel e Palestina no Oriente Médio. A decisão de condenar Israel pela ocupação e construção de residências em territórios palestinos é corretíssima e já deveria ter sido adotada há anos. Deveria ter sido uma das primeiras medidas do governo Obama há oito anos quando assumiu a direção da nação mais poderosa do mundo, não agora, no final do mandato e, principalmente, quando seu sucessor é um adversário político. O  que cheira muito mal, fede mesmo...
  Nos últimos 70 anos, desde sua criação pela Organização das Nações Unidas (ONU), logo após o fim da segunda guerra e em meio à comoção pelo “horror nazista” contra os judeus,  o Estado de Israel, vem, criminosamente, ocupando os territórios palestinos, dividindo famílias muçulmanas, prendendo e torturando homens, mulheres, idosos e crianças, e sitiando cidades na Palestina tornando-as “campos de concentração” sem que nenhuma ação da ONU tivesse sido adotada efetivamente para barrar o holocausto palestino promovido pelo Estado de Israel no Oriente Médio.
  As perguntas que os jornalistas não fazem e das quais não se tem resposta é: Porque só agora no final do mandato de um presidente derrotado que a condenação de Israel é aprovada pela ONU com a assinatura oculta do EUA? Isso não acontecia há 70 anos? Nos 70 anos de ocupação israelense dos territórios palestinos os EUA não dançaram de braços dados com a política expancionista do Estado de Israel? Israel deixou de ser o principal aliado dos EUA no Oriente Médio?
  São bem claras as intenções do derrotado “governo democrata” de Obama ao apoiar, agora, a condenação do Estado de Israel, oito anos depois de quando realmente deveria adotar essa postura caso fosse um governo verdadeiramente preocupado com a paz mundial e, principalmente, com dignidade do povo palestino aviltada pela agressão israelense ao longo de sete dolorosas e trágicas décadas. Ao contrário, revela-se um governo que no seu final tornou medíocre seu histórico apenas para armar “bombas políticas” de efeito retardado para seu sucessor.
  Talvez a definição perfeita do governo Obama, nesse seu melancólico final de mandato, possa ser nivelada ao comportamento dos políticos populistas latinos-americanos e parafraseada num adágio popular de antigamente: “Líder populista quando não faz titica no início do mandato, certamente o fará no seu final”.

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