Há muito mais na resistência à prisão de Lula do que apenas solidariedade


(Marcus Ottoni – jornalista)
“Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte.
Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia.
A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.
Acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defenderam nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país, contra a minha pessoa.
Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranquilo no chão da Pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para com mais fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não de crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes.
Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.
Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade.
A resposta do povo virá mais tarde….
Getulio Vargas” 
A carta testamento do ex-presidente suicida Getúlio Vargas, escrita em agosto de 1954, há 64 anos, parece incorporar o mesmo discurso lulopetista dos tempos de agora. Os dois primeiros parágrafos lembram o mantra do lulismo de perseguição política, ódio e rancor dos poderosos contra alguém que, ungido dos pobres, chegou a presidência e pelos pobres governou o país durantes oito anos. Isso dizem os ideólogos do lulopetismo, que omitem as falcatruas realizadas pelo senhor Lula da Silva enquanto presidente do Brasil, principalmente institucionalizando a corrupção como programa de governo.
Agora, condenado a 12 anos de cadeia e com mandado de prisão expedido pela Justiça, o senhor Lula da Silva se refugia na sede do sindicato que presidiu nos anos 70 e se cerca de milicianos e militantes de partidos políticos, dirigentes partidários, líderes de movimentos sociais alinhados ao programa petista de comunização do país, governadores esquerdopatas, parlamentares federais, estaduais e municipais ligados ao PT, PCdoB, PSoL, entre outros partidos menos expressivos da órbita do lulopetismo, numa demonstração inequívoca de desobediência civil, o que, após às 17 horas, a Justiça deverá carimba-lo como “foragido”. 
Nesse  ponto, a polícia federal deverá ir prendê-lo na sede do sindicato como condenado foragido da Justiça. O que não será permitido e, evidentemente, se estabelecerá o confronto da militância e dos apoiadores do condenado com a polícia, gerando o tumulto e o caos com todo tipo de consequências que um confronto entre as forças de segurança e os exaltados esquerdopatas do lulopetismo produzem quando se enfrentam. Tudo pode acontecer, inclusive novos cadáveres para propaganda político partidária dos lulopetistas.
Este é o objetivo dos líderes esquerdopatas para vitimização do condenado Lula da Silva, angariando apoios e protestos da esquerdopatia internacional, transformando a sede do sindicato do ABC em “bunker” de resistência contra a decisão da Justiça e ganhando tempo para tentar recuperar a imagem do condenado Lula da Silva, internacionalmente desgastada por todo o processo na operação Lavajato e as decisões nas cortes judiciais do país.
Fazer de um condenado da Justiça um herói nacional é comum para os ideólogos tupiniquim do marxismo leninismo. Para eles, tudo é válido para se conquistar o Poder, algo tipo: “os fins justificam os meios”. Não nos enganemos e nem tenhamos dúvidas de que a resistência à prisão do condenado Lula da Silva não é, apenas, um ato de solidariedade ao “companheiro”, há muito mais em jogo do que um velho e decadente político populista, condenado e desmoralizado, jogado numa cela qualquer de uma penitenciária brasileira. 

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