Sexo frágil, uma ova!

Foto montagem: imagens internet

(Marcus Ottoni – jornalista)
O conceito de que o sexo frágil é a mulher, está redonda, completa e universalmente equivocado. Na raça humana o sexo frágil é o homem. A mulher é o que de mais forte existe no mundo e em toda a história da humanidade, desde os mais remotos tempos.
Classificar a mulher como a parte frágil da raça é o que se pode denominar de absurdo histórico e conceituação machista de uma sociedade cujo poder emana do homem, pelo homem é exercido e para o homem é direcionado. A mulher passa a ser coadjuvante nesse cenário e, o pior, é que encarna esse personagem estereotipado, assumindo assim uma condição subalterna e submissa.
Mas dirão as feministas de carteirinha e os “machos” defensores de ocasião das mulheres, inseridos no falacioso discurso do “politicamente correto”, que essa realidade está sendo alterada pela luta por direitos iguais e ocupação de lugares de destaque para as mulheres na cadeia social, profissional e pessoal. É verdade. Mas essa luta não é pela valorização da mulher como ser humano e como mulher em sua essência feminina. É o pano de fundo para mascarar interesses diversos, alguns pouco confessáveis do ponto de vista moral e ético.
A mulher não tem porque querer se igualar ao homem e muito menos buscar direitos iguais ao sexo masculino. Essa retórica é falaciosa e altamente depreciativa, já que, ao tentar ser como o homem a mulher perde sua principal característica e passa a ser o espelho mal construído daquilo que combate e que a desconsidera como ser humano independente com capacidade para qualquer atividade que lhe seja determinada, tanto no campo profissional, como no campo afetivo, pessoal e familiar. E passa a exercer a mesma opressão que denuncia e sofre, criando uma casta seleta que se serve das menos cultas ou esclarecidas.
A mulher sempre serviu ao sexo masculino das mais diversas formas e sempre com a submissão obrigatória imposta por uma sociedade onde a força masculina se sobrepunha a racionalidade. Assim, ao longo dos séculos, a mulher foi se inferiorizando-se, mais por sobrevivência e nunca por vontade própria. Dezenas de fatores contribuíram para que a mulher, dita sexo frágil, se tornasse um objeto de uso e fruto dos homens, sem vontades pessoais, sem identidade, sem outra expectativa de vida que não fosse a servir aos homens satisfazendo todas as vontades de quem a tinha como esposa, mulher ou escrava.
Ao longo dos tempos as mulheres foram tomando consciência da importância delas na sociedade e da necessidade de romper com o estado de submissão para conquistar a liberdade e os direitos que lhe são garantidos, não por meio de leis que mascaram a submissão e a opressão em artigos limitados de direitos femininos, mas pela própria natureza da mulher que é fundamental para a continuidade da raça humana.  Mais ainda, pela determinação de mudar o seu papel na sociedade e estabelecer novas posturas sem perder sua principal característica: a feminilidade. 
Sem desmerecer a luta das feministas de plantão e sem querer criar embate discursivo sobre suas teses e posicionamentos, acredito que, embora várias conquistas tenham sido consequência das lutas de movimentos feministas, há ainda muito chão para percorrer na estrada da valorização da mulher como ser humano e não como reflexo masculino no mercado de trabalho e, muito menos, buscando conquistas que a igualem ao sexo oposto como sinal de respeito e consideração de uma sociedade culturalmente covarde neste quesito.
Queimar sutiãs em praça pública talvez seja, simbolicamente, um protesto válido para atrair a atenção para a luta feminista. Sutiãs queimados tem mais a haver com uma grotesca masculinização da mulher e nada sinaliza para a valorização de quem sabe ser o que é e luta para ocupar seu espaço na sociedade com a mesma dignidade que se impõe como mulher na vida de qualquer homem, de qualquer instituição, em qualquer país, em qualquer profissão.
O respeito, a valorização, a igualdade, a independência da mulher não está em ser igual ao homem e não pode seguir o mesmo caminho que a marginalizou ao longo dos séculos. Deve ser conquistado pela autonomia de seus conceitos e de suas verdades, pelo conjunto de mulheres que tenham como foco a liberdade do ser, a consciência do querer e a força do poder.

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